Existem pensamentos que só revelamos aos amigos mais íntimos. Outros, só revelamos a nós mesmos. Ainda outros, tememos a revelar a nós mesmos. O “homem do subterrâneo” é um escritor diante desses dilemas.
(…) Ora, senhores, “duas vezes dois igual a quatro” é um princípio de morte e não um princípio de vida. (…) / É verdade que o homem não se ocupa senão da procura desses “duas vezes dois igual a quatro”; atravessa oceanos, arrisca a vida em sua perseguição; mas quanto a encontrá-los, quanto a apanhá-los realmente – juro-vos que tem medo, pois ele se dá conta de que, uma vez encontrados, nada mais tem a fazer. (…) Tenta aproximar-se do fim, mas, tão logo o atinge, não está mais satisfeito; e isso é verdadeiramente bem cômico. Em uma palavra: o homem é construído de uma maneira muito cômica, e tudo isso faz o efeito de um trocadilho. Mas, seja como for. “duas vezes dois igual a quatro” é uma coisa bem insuportável.”
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário