domingo, 14 de fevereiro de 2010

"A liberdade, que é uma conquista, e não uma doação, exige permanente busca.
Busca permanente que só existe no ato responsável de quem a faz.
Ninguém tem liberdade para ser livre: pelo contrário, luta por ela precisamente porque não a tem.
Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, as pessoas se libertam em comunão." Paulo Freire

O sábio e a borboleta

Havia um pai que morava com suas duas jovens filhas, meninas muito curiosas e inteligentes.

Suas filhas sempre lhe faziam muitas perguntas.

Algumas ele sabia responder, outras não fazia a mínima idéia da resposta.

Como pretendia oferecer a melhor educação para suas filhas, as enviou para passar as férias com um velho sábio que morava no alto de uma colina.

Este, por sua vez, respondia todas as perguntas sem hesitar.

Já muito impacientes com essa situação, pois constataram que o tal velho era realmente sábio, resolveram inventar uma pergunta que o sábio não saberia responder.

Passaram-se alguns dias e uma das meninas apareceu com uma linda borboleta azul e exclamou para a sua irmã:
- Dessa vez o sábio não vai saber a resposta!
- O que você vai fazer? – perguntou a outra menina.
- Tenho uma borboleta azul em minhas mãos.

Vou perguntar para o sábio se a borboleta está viva ou morta.

Se ele disser que ela está morta, vou abrir minhas mãos e deixá-la voar para o céu.

Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la rapidamente, esmagá-la e assim matá-la.

Como conseqüência, qualquer resposta que o velho nos der vai estar errada.

As duas meninas foram, então, ao encontro do sábio, que encontrava-se meditando sob um eucalipto na montanha.

A menina aproximou-se e perguntou:
Calmamente o sábio sorriu e respondeu:
- Depende de você… ela está em suas mãos.

Assim é a nossa vida, é o nosso presente e o nosso futuro.

Não devemos culpar ninguém porque algo deu errado.

O insucesso é apenas uma oportunidade de começar novamente com mais inteligência.

Somos nós os responsáveis por aquilo que conquistamos ou não.

Nossa vida está em nossas mãos — como uma borboleta azul.

Cabe a nós escolher o que fazer com ela, só a nós; não deixe ninguém interferir nisso.

Nunca !!!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Trecho de : A insustentável leveza do ser

O mais pesado fardo nos esmaga, nos faz dobrar sob ele, nos esmaga contra o chão.
O fardo mais pesado é, portanto, ao mesmo tempo a imagem da mais intensa realização vital. Quanto mais pesado o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais ela é real e verdadeira.
Por outro lado, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, com que ele voe, se distancie da terra, do ser terrestre, faz com que ele se torne semi-real, que seus movimentos sejam tão livres quanto insignificantes.Então, o que escolher? O peso ou a leveza?"

Milan Kundera
"Apesar de todo o meu ceticismo, sobrou-me um pouco de superstição irracional,como a curiosa convicção de que todo acontecimento que me sucede comporta também um sentido, que ele significa alguma coisa; que a vida, por sua própria aventura, nos fala, nos revela, gradualmente um segredo, que se oferece como um enigma a ser decifrado, que as histórias que vivemos formam ao mesmo tempo a mitologia de nossa vida e que essa mitologia detém a chave da verdade e do mistério. É uma ilusão? É possível, é mesmo verossímel, mas não posso reprimir essa necessidade de decifrar continuamente a minha própria vida."

(Kundera, Milan. A Brincadeira. p.174)
Não era a vaidade que a atraia para o espelho, mas o encanto de descobrir-se...
E sentia que a maneira mais absoluta seria justamente não falar, não perguntar, mas se olhar em silêncio.

Talvez por que soubesse que ninguém poderia entender melhor sobre ela, a não ser ela própria...

domingo, 7 de fevereiro de 2010



"As pessoas são como icebergs. Você só vê a ponta...

Deixamos à mostra apenas um pedaço do que somos. Atraímos com a parte que está à tona e surpreendemos com nossa parte escondida, imensa e indissolúvel.

Isso vale para quase tudo.

É uma contingência da vida... O mistério está em tudo e em todos.
Icebergs podem surpreender positiva ou negativamente.

Mas só há uma maneira de descobrir: Sendo MERGULHADOR."

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Gira - Ana Cañas


Deixa eu cravar as minhas unhas em você
Deixa eu beber, deixa eu olhar
Pra tudo que você não gosta em você
Pra tudo que a gente não vê

Deixa eu cravar as minhas unhas em você
Deixa eu beber, deixa eu olhar
Pra tudo que você não gosta em você
Pra tudo que a gente não vê

Porque eu quero sair dessa casa
Porque eu quero bater as asas
E quero ficar mais solta
E quero ficar mais louca

Às vezes fico cansada
Às vezes fico animada
Às vezes quero você comigo
Às vezes quero o impossível

Cabeça gira, gira, gira, gira, gira, gira
Cabeça gira, gira, gira, gira, gira, gira